Sinopse: “Caos criativo”, talvez seja a melhor definição para Cacotopia e tarja preta, segundo livro de Angela Zanirato. Sendo Caos um Deus primordial (criador) do Universo, conforme a mitologia grega, difícil não relacionar a Poesia da autora, com o renascimento do Humano-Divino a partir das ruínas. A surpresa com a beleza das construções poéticas inusitadas, logo se misturará com imensa angústia gerada pelas feridas em carne viva servidas ao leitor, como a cabeça de São João Batista, na bandeja, pelas mãos de Salomé. A autora, experiente na arte de ler e interpretar os sofrimentos humanos, comoverá o leitor, porque sua Poesia se mantém distante tanto da amargura estéril, comum depois das aflições, como da extrema e gratuita violência social que grassam o Brasil distópico de hoje. Poesia extraída do fogo do Inferno, que se transforma em portas abertas para, de novo, levar os seres humanos a crerem no Paraíso, eis o que Cacotopia e tarja preta oferece. [orelha do livro por Ivy Menon, poeta]
Leia um poema:
Arquitetura noturna
meu corpo tem o peso da noite
lento e bioquímico
vinte gramas
mais dez gramas
não bastam
para fechar os olhos
carpir vigílias
do quarto- cela
da autocensura
de acender o sono
apagar a luz
da memória
toco o escuro
pânico iminente
um veludo seco me abraça
tritura e trama
condena à insônia e solidão
a noite é uma linguagem
que não domino.
Cacotopia e tarja preta
As palavras chegaram até mim em tempos de dor, mas minha mão não pesou, ao contrário, ela se mostrou leve e as palavras fluíram. Escrevo compulsivamente de 2002 até hoje. A necessidade de escrever não se esgota, sempre falta aquele poema, aquela crônica ou conto e assim vou escrevendo em busca de um preenchimento interno, em busca de respostas para tantas perguntas. O que me move é a incompletude.
Sou Angela, nasci na cidade de Itapira/SP, virginiana apaixonada por música, circo, teatro, cinema, literatura, gatos e plantas. Sou professora de história, pós-graduada pela UNESP de Assis e UEM de Maringá. Resido em Paraguaçu Paulista, sou a sexta filha de Irene e Valentim. Sou casada, tenho um casal de filhos e um neto. Meu patrimônio é o que escrevo. É o que vai ficar quando eu me for. Tenho um pequeno legado na literatura. Fui publicada em várias Antologias, em vários sites.
Em 2019 fui curadora do Projeto Doze Contos Insólitos, organizado pelo poeta Márcio Saraiva. Em 2020 fui finalista no concurso de poesias da Editora Arribaçã, onde meu livro Madalenas Desarrependidas foi editado. Em 2020 fui convidada a participar da Antologia Mulheres Brasileira na Literatura, organizada pelo poeta Rubens Jardins, Editora Arribaçã. Meu ópio é a poesia, escrevo para respirar.
Ficha técnica da obra:
Livro de poesias
Dimensão: 14x21 cm
112 páginas.* imagem ilustrativa