Sinopse: dividido em duas partes, praga & ossos e carne & alma, o conjunto de 72 poemas capta as turbulências políticas que o Brasil enfrenta e todo o horror causado pela pandemia da Covid-19, influenciado pelo clima sombrio que tomou conta do país. Apesar disso, também há espaço para narrativas mais líricas e sensuais.
Leia alguns poemas de A poesia que há:
o fim
o fundo branco de louça da xícara, quieto enquantoo cheiro de café vem chegando pelo ar, a manhã que começalá fora, uma viagem no tempo. ah, o dia:o pão na torradeira, todas as coisas não ditas, a manteiga,uma conversa silenciosa, o jornal aberto sobre a mesa, aideia que fazemos a respeito do fim, o medo que temosdo fim.
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conradianas
o que dizer de todas as coisas que todos os dias são uivadas e berradascom o desassossego típico dos boçais, o que dizerde todos os atos perpetrados,de toda a maldade, de tudo o que de mais inominável emerge,parece que do nada, para assombrara todos nós, de dia e de noite, sem descanso, e o que dizer
do coração da treva, do horror, o horror.
A poesia que há
Nascido em São Paulo (SP), em 1961, André Caramuru Aubert é autor de se / o que eu vi (poesia, 2019) e Poesia chinesa (romance, 2018). Mensalmente, traduz autores estrangeiros para o Rascunho.
Livro de poesias
Dimensão: 14x21 cm
92 páginas.* imagem ilustrativa